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O grupo InBrands, que inclui também a Salinas, a VR e Alexandre Herchcovitch, nega que vai entrar em recuperação judicial

“O Estado de S. Paulo”, em reportagem de Fernando Scheller, relata que o grupo de moda InBrands — proprietário da Ellus, Richards, Salinas, VR e Herchovitch — prepara pedido de recuperação judicial. “A companhia já contratou um escritório de advocacia para tocar a operação”, registra o “Estadão’. Entretanto, procurada pelo jornal, “a assessoria de comunicação da InBrands negou a intenção da empresa de entrar em recuperação judicial”. A empresa já tinha dívidas, mas seus problemas foram agravados pelo fechamento das lojas, notadamente em shoppings do país. A empresa tem lojas em Goiânia, principalmente no Flamboyant, shopping de propriedade de Lourival Louza Filho. Há casos em que as lojas são franquias.

Com dívidas no valor de mais de 500 milhões reais, a Inbrands é controlada pelo empresário Nelson Alvarenga, o criador da Ellus. Antes, estava sob o comando do fundo de privaty equity Vinci Partners, de Gilberto Sayão.

Nelson Alvarenga, controlador do grupo InBrands | Foto: Reprodução

Ouvido pelo “Estadão”, Douglas Duek, da “Quist Investimentos, especialista em recuperar negócios em crise, sugeriu que o negócio da moda, assim como concessionários de veículos e empresas de turismo, vai “demorar mais para se recuperar da paralisação do consumo por causa da pandemia” do novo coronavírus. Algumas empresas vão “liderar a busca por renegociações administrativas ou judiciais”.

Douglas Duek frisa: “Tenho visto o total de consultas neste momento se multiplicar por três. Acredito que, entre agosto e setembro, vamos ver esse movimento se transformar em uma onda de recuperações judiciais. As empresas vão precisar de tempo para reorganizar suas operações”.

Fora outras dívidas, a InBrands teria uma dívida de 200 milhões de reais com a Vinci. O “Estadão” aponta que, “ao entrar em recuperação judicial, a InBrands vai tentar alongar dívidas com bancos e também incluir o pagamento que teria de ser feito à Vinci no processo”. O jornal “apurou, no entanto” que “o contrato com a gestora envolveria um pagamento a ser feito por Alvarenga na pessoa física, e não pela dona da Ellus e da Richards”.

Segundo o jornal, “a InBrands reportou lucro de R$ 25,6 milhões no ano passado, ante prejuízo de valor semelhante em 2018. Ao longo de 2019, a InBrands passou por um período de reorganização de suas operações, com fechamento de unidades deficitárias e cortes de custos. A companhia também reduziu sua produção e, em seu balanço, diz ter conseguido vender estoques sem fazer liquidação”.