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A produtora de etanol açúcar Atvos, braço do Grupo Odebrecht em recuperação judicial, terminou a safra 2019/20 com prejuízo líquido de 1,49 bilhão de reais, resultado muito semelhante ao verificado na temporada anterior, apontou relatório anual publicado no website da empresa.

No período, a Atvos teve receita líquida de 4,5 bilhões de reais, avanço de 6% na comparação anual, enquanto os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebidta, na sigla em inglês), totalizaram 1,5 bilhão de reais, alta de 2%, destacou a empresa em comunicado nesta segunda-feira.

A Atvos teve seu plano de recuperação judicial aprovado por assembleia de credores no último dia 20 de maio. A empresa prevê que, após a homologação pela Justiça e a implementação do plano, seu endividamento total registre uma redução de 48% e a alavancagem caia de 7,7 vezes para 3,6 vezes.

“Teremos uma redução expressiva de estresse de caixa, uma vez que com o plano homologado há previsão de redução do montante da dívida e no custo médio, com impacto considerável no resultado líquido”, disse em nota o diretor financeiro da Atvos, Alexandre Perazzo.

A empresa terminou 2019/20 com dívida líquida de 11,76 bilhões de reais, versus 10,36 bilhões de reais em 2018/19.

A Atvos moeu 26,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2019/20, em linha com o resultado da safra anterior, tendo produzido 2 bilhões de litros de etanol, 235 mil toneladas de açúcar e cogerado 2,8 mil gigawatts-hora de energia elétrica por biomassa.

A companhia destacou em seu relatório anual que uma elevação de 13% nos preços do biocombustível e a demanda fortalecida pelo produto estimularam a orientação do mix de produção em favor do etanol na última temporada.

“O melhor preço médio no etanol, além de reduções de custos e ganhos de produtividade impactaram positivamente nos resultados. Seguimos com foco no controle de despesas e na implementação de soluções para redução de custos e ganho de produtividade”, afirmou Perazzo.

Para 2020/21, com a recente queda nos preços do etanol, a empresa projeta focar o mix produtivo no açúcar, que também é apoiado pela valorização do dólar frente ao real.