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Mineradora dona de barragem que se rompeu em Mariana (MG), em 2015, tenta reestruturação de dívida que passa de R$ 50 bi

A mineradora Samarco e seus credores definiram, nesta terça-feira (21), que a recuperação judicial bilionária da empresa vai ser definida em conciliação.

Durante audiência, as partes se comprometeram a apresentar um cronograma de trabalho e as regras que vão reger o acordo até o dia 04 de julho. Em seguida, vão sentar para chegar a um consenso, no Cejuscs (Centro Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania).

Quando ocorrer a primeira reunião de conciliação, o processo judicial sobre a recuperação será suspenso por 60 dias para que sejam definidos os pontos básicos do acordo. A suspensão pode ser ampliada, caso seja de interesse das partes. Se a empresa e os credores não chegarem a um acordo, o caso volta para Justiça. Então, caberá a uma AGC (Assembleia Geral de Credores) bater o martelo sobre as cláusulas da recuperação.

A dívida da Samarco passa de R$ 50 bilhões. A empresa explica que parte dela foi contraída antes do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, com o objetivo de expandir a produção.

Depois da tragédia que matou 19 pessoas e poluiu o Rio Doce, parte dos credores originais venderam as dívidas para fundos estrangeiros especializados em comprar dívidas de empresas em crise, os chamados distressed funds.

Propostas de recuperação

Há pelo menos três modelos de recuperação sugeridos: um da própria mineradora, um do fundo exterior de credores e pelo Sindicato Metabase, que representa os trabalhadores. A proposta da empresa já foi negada pelos credores.

Na última sexta-feira (21) a Samarco avaliou os outros dois projetos. Segundo a mineradora, a proposta do fundo de credores do exterior não é viável por não indicar a origem da fonte de pagamento de US$ 2,6 bilhões em tributos. A companhia viu mais viabilidade na proposta do sindicato.

Danos com tragédia de Mariana (MG) podem chegar a R$ 60 bilhões: