Aprovada pelo Conselho, medida está registrada na Vara Empresarial de Belo Horizonte
O pedido de Recuperação Judicial do Cruzeiro, associação esportiva, foi protocolado nessa segunda-feira na Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. Aprovada pelo Conselho Deliberativo em abril passado, a medida é uma investida contra a enorme dívida cruzeirense, que supera R$ 1 bilhão, segundo balanço divulgado pelo clube, em maio.
Com esse pedido, o Cruzeiro espera readequar o passivo, além de reforçar a capacidade de geração operacional de caixa. Em nota, a associação informou que preza pela “ética e transparência a seus associados e credores” e, por isso, “manterá todos informados nos canais de comunicação oficiais do clube.”
Bandeira do Cruzeiro fixada na Toca da Raposa — Foto: Light Press
O Cruzeiro optou pela Recuperação Judicial em vez da Regime Centralizado de Execuções, diz o advogado responsável Daniel Vilas Boas, que dá mais detalhes sobre a medida.
– É um instrumento voltado para as organizações que, apesar de passarem por uma crise econômico-financeira, são economicamente viáveis, desde que suas dívidas sejam reestruturadas.
Uma consultoria especializada (a Alvarez & Marsal) foi contratada para produzir uma projeção de receitas e apresentar um plano de pagamentos em cima do endividamento do Cruzeiro.
– Após este estudo e verificar os requisitos legais, a associação resolveu entrar com o pedido de recuperação judicial, que está dentro de um conjunto de iniciativas que o clube tomou, para que as dívidas sejam saneadas – destaca Daniel Vilas Boas.
O Cruzeiro, que já havia negociado 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ao ex-jogador Ronaldo, avança mais uma etapa, ressalta o presidente da associação, Sérgio Santos Rodrigues.
– A recuperação judicial é um passo necessário para conseguirmos ter um clube sustentável no futuro. É fundamental fazer esse plano de pagamentos, para cumprir com todos, dentro da capacidade do clube, e para que em um futuro próximo possamos ter um clube livre de dívidas, com um patrimônio bom e desimpedido. Este processo visa cumprir com o que temos falado, que é deixar um Cruzeiro estruturado para as próximas gerações.