De acordo com decisão, empresa não seguiu o plano de recuperação e estava prestando informações incompletas; também foram levantadas suspeitas em relação à conduta do negócio
A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo decretou a falência da Livraria Cultura nesta quinta-feira, 9. De acordo com o juiz Ralpho Waldo De Barros Monteiro Filho, a empresa não conseguiu seguir seu plano de recuperação judicial e estava prestando informações incompletas durante o processo. O jurista reconheceu a importância da rede na economia e promoção da cultura do país, mas apontou suspeitas de fraude na condução do negócio. Segundo o juiz, a Alvarez & Marsal, administradora judicial que cuidava do caso, informou indícios de fraude a partir de transações financeiras realizadas por sócios da empresa. Além disso, a companhia falhou em pagar credores e efetuar o pagamento de créditos trabalhistas. “A recuperação foi pensada para socorrer apenas os devedores que realmente demonstrarem condições de se recuperar, posto que o seu processamento deve amparar somente devedores viáveis”, escreveu o juiz. A decisão determina o levantamento de bens, documentos e livros da empresa nas próximas 48 horas, além de avaliação dos mesmos. Contas e recursos relacionados à livraria também foram bloqueados. A companhia reportou dívidas de R$ 285,4 milhões ao entrar com pedido de recuperação judicial. A administradora judicial deixou o processo e será substituída pela Laspro Consultores.