Notícias

Gigante varejista mostra que as dívidas de R$ 41,2 bilhões envolvem a classe trabalhista, quirografários e pequenas empresas

processo de recuperação judicial apresentado pela Americanas na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro mostra que as dívidas da companhia totalizam R$ 41,2 bilhões, devidos a 7.720 credores.

Do total, R$ 64,8 milhões se referem à classe trabalhista, R$ 41 milhões à classe de quirografários (sem garantia real do pagamento) e R$ 109,5 milhões à classe de microempresas e companhias de pequeno porte. Na petição, o Grupo Americanas também apresentou a relação nominal de todos os seus credores.

A crise na gigante varejista foi originada com a revelação de inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões, que resultou na renúncia de Sérgio Rial da presidência da companhia. Segundo ele, o problema se arrasta por cerca de sete a nove anos.

Desde então, as ações da Americanas (AMER3) desabaram 93,3%, de R$ 12 para R$ 0,80. O movimento ocasionou na perda de R$ 10 bilhões em valor de mercado da companhia e o processo de recuperação resultou na exclusão da empresa de todos os índices da Bolsa de Valores.

Em nota enviada no último domingo (22), acionistas da Americanas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira afirmaram que jamais tiveram conhecimento e nunca admitiriam “manobras ou dissimulações contábeis” na empresa.

“Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal”, afirmam os bilionários. “Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade. […] Assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto”, dizem eles.